Bom dia a quem foi e voltou outra vez.
Referências hobbitianas a parte, retorno (com atraso, sorry) a jornada pelo mundo dos elfos e a art nouveau.
O segundo tipo de arquitetura, naturalista, envolve um mundo definido nas matas e florestas. Quando Frodo acorda na casa de Elrond, ele se encontra em um cidade feita em Art Nouveau. Rivendell não é folclórica ou vernácula; sua referência vem da Europa cosmopólita do final do século XIX, a partir de desenhos exuberantes da Art Nouveau.
De acordo com Jeremy Bennett, da equipe Weta (quem produziu os cenários), “há tantas influências, um pouco de todo tipo de arquitetura de Praga, há um monte de Art Nouveau, algumas coisas e outras são arte italiana, misturando-se com desenhos celtas”.
A Casa de Elrond, por exemplo, se completa com estátuas e pinturas de parede de personagens pré-rafaelitas, ligando com os formatos heróicos de Edward Burne-Jones. Embora inspirado por formas naturais, o vocabulário da Art Nouveau está longe de ser natural.
É o produto de gráficos infinitamente repetitivos e estilizados, executados em material rico. Linhas de torção e superfícies arredondadas, trabalhadas para criar uma ilusão artificial do natural. As formas tem a intenção de provocar o espectador a partir de uma intensa empatia para associações naturais, uma característica de ambas as técnicas, o naturalismo e a Arte Nouveau.
Aqui, talentos gráficos como Alan Lee são perfeitos para ajudar a fantasia a superar os limites da substância física: a construção de Rivendell, por exemplo, de esbeltas formas de madeira foram destinadas a assemelhar-se a árvores, embora nenhuma árvore real ficaria exatamente daquela forma linear ou graficamente simétrica e perfeita.
Como discuti na parte 1 deste post sobre os elementos da art nouveau e do renascimento celta, agora vou mostrar, nas imagens a seguir, quais são os pontos e elementos usados da técnica e estilo nos cenários élficos.
Primeiramente, todos os cenários élficos são ‘naturais’. Tentam integrar, de forma harmônica, o construído pelos elfos e o construído pelos Deuses.
Notem que sempre estão ou escavados nas laterais de montanhas, inseridos na pedra, mas de forma que se complementem a ela, como se fosse uma extensão da montanha (ao contrário da arquitetura dos anões, que é DENTRO da pedra).
Note na imagem acima que as cúpulas dos gazebos e os guarda-corpos levam todas as características do renascimento celta, com detalhes curvilíneos e arcos arredondados.
Ou em Lothlórien, que os caminhos, casas e passadiços são extensões das árvores, integradas a elas como sendo ninhos de pássaros estilizados.
Essa é uma das características que formam a base da Arquitetura Organicista, que hoje em dia ganha mercado, por sua integração com a natureza, a integração homem e o meio que o cerca. E isso foi marcante na art nouveau, principalmente em casas de campo. Só que devido ao exagero, muitas vezes visto em algumas obras em Art Nouveau, o estilo caiu em decadência, e voltou nas décadas de 1960 e 2000, em alguns revivals.
Na sexta-feira (promeeeeeeeto), postarei sobre a arquitetura gótica das Duas Torres. Até lá!
Fontes:
http://www.theonering.net/torwp/2009/05/18/32205-storm-damage-ravages-lothlorien-set/loth-lorien-bridge/
http://filiusdracul.deviantart.com/art/Rivendell-Balcony-167134598
http://lotr.wikia.com/wiki/Rivendell
http://punklolita92.tumblr.com/post/6540229395
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